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Suspeita de matar criança a socos era violenta com os 12 filhos, diz irmã


Adolescente assassinada em Praia Grande, SP (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Adolescente assassinada em Praia Grande, SP
(Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Uma das suspeitas de ter participado do assassinato de uma menina de 13 anos em Praia Grande, no litoral de São Paulo, Elizabeth Fernandes dos Santos, é mãe de 12 crianças. Em entrevista ao G1, a irmã de Elizabeth, Eliete Rodrigues, afirmou que a suspeita nunca quis saber dos filhos e, em algumas ocasiões, demonstrava um comportamento bastante agressivo com eles.
Ana Beatriz de Souza foi morta no último dia 14 de junho, dentro da própria casa, no Jardim Anhanguera. Além da mãe, Ana Luiza Ferreira, que já está presa, Elizabeth e José Bento de Souza, ex-marido de Ana Luiza, também são suspeitos de participar do crime e estão foragidos. O corpo da menina foi encontrado na Rodovia Anchieta com várias fraturas e ferimentos pelo corpo, além de sinais de esganadura.
A irmã da suspeita relata que Elizabeth nunca se importou com os filhos. Uma das meninas, por exemplo, fugiu de casa e acabou indo morar com a tia, já que, segundo Eliete, era agredida com frequência. "Uma das filhas dela veio morar comigo e sempre reclamava que era agredida. Depois de um tempo ela voltou para a casa da Beth mas, poucos dias depois, voltou falando que a mãe tinha dado bebida pra ela", explica
Foragidos também são suspeitos na morte da jovem (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Foragida, Elizabeth teria mudado o visual e estaria com
cabelo preto (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Eliete, que mora em Guarulhos, conta que Elizabeth foi até a casa dela logo após ter sido considerada foragida. "Sempre fomos muito afastadas. Ela chegou na minha casa do nada, dizendo que vendeu tudo e que ia ficar alguns dias. Não falou absolutamente mais nada. No início eu não sabia das suspeitas. Meu pai ligou e avisou. A Elizabeth percebeu que eu liguei para a polícia e, sem mais nem menos, desapareceu", conta.
Cartas
A polícia encontrou um caderno junto ao corpo da menina, jogado na Rodovia Anchieta. Dentro do caderno estavam duas cartas, uma para Elizabeth e outra para Ana Luíza. Nas cartas a vítima alegava que muitas vezes se sentia excluída em casa, mas também afirmava gostar bastante da mãe e da suposta assassina. Confira os bilhetes:
“Mãe, não sou uma boa filha, mas não estou fazendo essa carta para que você chore ou fique com pena, só quero que saiba que eu te amo muito. Mesmo não acreditando. Sou sua filha, mas às vezes sinto como se fosse uma intrusa nessa família. Mesmo assim te amo e gosto muito de você, da Beth e do Luiz. Desculpa por ser assim tão desobediente, é meu jeito”.
“Beth, sei que tenho te tratado muito mal, mas quero que saiba que não é porque não gosto de você, mas sinto que às vezes sou intrusa. Fico muito sozinha e estressada. Mas eu gosto muito de você e sei que sente saudade das suas filhas”.
Jovem escreveu bilhete pedindo desculpas para a amante da mãe (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Jovem escreveu bilhete pedindo desculpas para a amante da mãe (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
O crime
A mãe da vítima, Ana Luiza Ferreira, participou de uma reconstituição do assassinato da adolescente na última quarta-feira (8). De acordo com ela, o crime aconteceu quando um outro filho, de 7 anos, dormia em um quarto em frente ao local do assassinato. "Ela alegou que houve uma discussão muito forte entre a filha dela e a Elizabeth, que é namorada da Ana Luiza. A Elizabeth, que é boxeadora, teria agredido a filha dela com socos até a morte. Ela disse que tentou afastar a amante, mas não conseguiu. A reconstituição serviu para mostrar como a mãe foi omissa", explica o delegado Luiz Evandro Medeiros, responsável pelo caso.
Depois de ter visto a filha morta, Ana Luiza foi até o carro buscar um cobertor para esconder o cadáver. Durante a reconstituição, uma pequena fogueira foi encontrada nos fundos da casa com várias roupas queimadas e um anel. A polícia acredita que o trio pretendia enterrar a menina dentro da própria casa, ao invés de jogar o corpo na estrada.
Outra hipótese
Apesar da mãe da vítima alegar que o assassinato aconteceu por causa de uma briga familiar, a polícia trabalha com uma outra hipótese. "Nós temos testemunhas protegidas que garantem que o ex-marido dela é traficante e usava a mãe e a adolescente para transportar drogas. A menina teria perdido uma quantidade de entorpecentes, o que motivou uma cobrança dos mais velhos. A mãe e a Elizabeth resolveram se desfazer da criança para compensar a cobrança por parte dos traficantes", explica o delegado.

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