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Colega diz que Marcelo Pesseghini contou ter matado os pais

A investigação da polícia revelou os detalhes que levaram eles a suspeitar desde o início que o menino Marcelo foi o autor dos crimes. 
Sete volumes, mais de 1200 páginas. São laudos, depoimentos e fotos que contam em detalhes a história da execução da família Pesseghini.
O depoimento de um amigo do garoto é revelador: Ele relatou à polícia que se encontrou com Marcelo na sala de aula e este lhe contou que havia matado os pais. Marcelo disse ainda que tinha vindo de carro e perguntou ao amigo se ele queria fugir com ele e mostrou um cartão de crédito, que era da avó.
Depoimentos de outros colegas da escola também chamam atenção. Eles detalham o comportamento de Marcelo antes e no dia do crime, cinco de agosto. Os amigos contaram que Marcelinho era um garoto alegre e falante. Mas, naquele dia, estava quieto. Parecia triste.
Eles também falaram de brincadeiras propostas por Marcelo. Uma delas era o grupo chamado "Mercenários".
Um amigo contou que "em meados do primeiro semestre deste ano, Marcelo o convidara a participar do grupo".
Mas para fazer parte, seria preciso "matar os pais e fugir para se tornar um ‘matador de aluguel’".
Esta amiga disse que aceitou participar dos “Mercenários”. Mas como "estava escutando muitas besteiras de Marcelo, como por exemplo matar os pais, bandidos e a diretora da escola, ela rapidamente saiu do grupo".
Um outro amigo revelou à polícia que "embora Marcelo sempre fosse legal, tinha o hábito de fazer algumas brincadeiras sem graça; por exemplo, pegar uma régua, e com ela simular que estaria esfaqueando os amigos mais próximos, imitando o personagem principal do jogo de videogame "Assassin's Creed".
Assassin´s Creed, que em português quer dizer doutrina dos assassinos, era o seu jogo preferido.
O laudo psicológico anexado ao inquérito avalia que, ao cometer os crimes, o menino possivelmente teve um surto psicótico, "confundindo o real e o imaginário".
Parentes das vítimas ainda têm dificuldade de acreditar na versão da polícia.
Os sete volumes do inquérito estão em um Fórum de São Paulo. Mas esta semana devem voltar para a delegacia. É que o delegado pediu mais 30 dias para concluir o caso. Neste período, ele espera receber as listas com ligações telefônicas e mensagens de texto dos celulares de todas as vítimas. Mas para a polícia, os laudos já deixam claro como Marcelo matou a família.
Segundo o inquérito, o menino matou os parentes por volta da meia noite e meia de domingo para segunda. Vizinhos contaram que ouviram cinco tiros nesse horário.
Uma reconstituição feita pela perícia revelou que eles foram disparados em um intervalo de 10 minutos.
Outros laudos dão a dinâmica do crime: Marcelo foi até a sala da casa onde o pai dormia. E com a arma da mãe, uma pistola ponto 40, atirou na cabeça dele. Ao ouvir o disparo, a mãe que estava no quarto, foi para a sala. Marcelo atirou nela.
Em seguida, o garoto foi para a outra casa do terreno. Caminhou até o quarto onde estavam avó e tia-avó. E matou as duas.
Marcelo ainda pegou o carro da mãe, foi para escola e na volta se matou.
A arma do crime foi encontrada na sua mão esquerda, como mostra esta foto.
Para a polícia, a maior prova do envolvimento de Marcelo nos crimes são as imagens que mostram o menino indo e voltando da escola tranquilamente.
Nesta mochila, em vez do material escolar habitual de Marcelo, foram encontrados um revólver 32, uma faca, rolos de papel higiênico e cerca de R$ 350 em dinheiro.
Uma professora recordou que Marcelo não tinha levado o material escolar naquela manhã. Perguntou a ele por quê? O adolescente disse que, por engano, tinha trocado a mochila da escola por uma de viagem. Ao ver a mochila com o revólver fotografada pela polícia, a professora reconheceu "sem sombras de dúvidas, que era a mesma mochila" que era a mesma mochila que ele usava naquela manhã na escola.
Em imagens inéditas, encontradas em um celular deixado na casa, foram feitas antes dos crimes, em data não especificada, no vídeo Marcelo filma a avó Benedita.
Em um depoimento revelador, o melhor amigo do menino disse que Marcelo contou que já tinha tentado matar a avó "mas acabou não fazendo porque começou a tremer na hora e porque sentiu alguma coisa ruim no coração". Marcelo disse que a avó percebeu e que pediu a ela que não contasse nada aos pais. Ela teria dito que não contaria se ele prometesse que não faria mais aquilo. Foi prometido.
O colega também contou que Marcelo falava que queria matar os pais. Teria que ser à noite, no momento em que estivessem dormindo. Este é o mesmo amigo que, junto com o pai, deu carona a Marcelo Pesseghini na volta da escola. Desta vez, a avó não estava no portão para recebê-lo. Marcelo disse que a avó estava dormindo. Pegou um controle remoto dentro da mochila e abriu o portão. Momentos depois, ainda no carro, o pai do amigo "percebeu que algo estaria errado, pois não fazia sentido a avó de Marcelo estar dormindo ao meio-dia".
Perguntou ao filho se tinha acontecido algo com Marcelo. O melhor amigo "começou a chorar e disse que achava que iria perder Marcelo".

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