
“Agora me sinto mais forte. Não me deixei vencer pelas doenças”, diz ele, que levou um susto em abril ao ser internado com desidratação, anemia e artrose. “Na cabeça estou com 20 anos. Mas fisicamente tenho limitações. Tenho medo de fazer muitas loucuras no palco agora”.

(Foto: Facebook/Reprodução)
As viagens, bem como o dia a dia de Serguei, vêm sendo acompanhados de perto pelo cuidador Marcos Roberto, que faz as vezes tanto de enfermeiro como de caseiro. É ele quem lembra o cantor de tomar os vários remédios diários – são cinco -, e que cuida do Templo do Rock, casa em Saquarema onde Serguei vive há 32 anos.
Segundo Marcos, a situação do cantor não é tão confortável financeiramente, tanto que foi criada, na internet, uma comunidade de apoio chamada “SOS Serguei – A melhor idade do rock”.
“Serguei tem parentes importantes que nem querem saber dele. Uma vez, entrei em contato com um deles, que se propôs a ajudar com remédios, e depois sumiu. Ele só tem uma prima que se preocupa e telefona sempre”, diz.

(Foto: YouTube/Reprodução)
“O Marcos me lembra até de escovar os dentes”, brinca Serguei. Além dos remédios para artrose, ansiedade e das vitaminas, o roqueiro diz que anda sem memória. “A vida é muito longa. Preciso de um remédio para lembrar das coisas”.
Cantor não foi convidado para quinta edição
Mas, ao ser perguntado de suas duas participações no Rock in Rio, em 1991 e em 2001, Serguei parece se lembrar nitidamente do que aconteceu durante os shows. No Rock in Rio II, foi ele quem abriu o festival.

Na última edição do festival, em 2011, Serguei não se apresentou em nenhum palco, mas fez questão de dar uma palinha no camarote. “Vim aqui para me divertir”, disse, na época, depois de cantar "With a little help from my friends", dos Beatles, e "Born to be wild", do Steppenwolf.
Às vésperas da quinta edição do festival, ele diz que até agora não recebeu nenhum convite oficial para participar do RiR. “Quando desfilei esse ano pela Mocidade, encontrei o Medina (Roberto Medina, criador do festival). Ele disse que eu estava magnífico, mas ficou por isso mesmo”.

Saquarema (Foto: Foto Rio News)
O que está certo na vida de Serguei é uma festa que a prefeitura de Saquarema vai fazer para comemorar seus 80 anos, no próximo dia 8 de novembro. E uma homenagem em Niterói promovida pelos motociclistas da cidade, em 28 de setembro.
Enquanto as homenagens não vêm, Serguei continua recebendo fãs em seu Templo do Rock. São mais de 30 mil pessoas registradas no livro de visitas, que através de pôsteres, fotos, recortes de jornais e revistas, tiveram acesso ao seu passado de loucuras.
“São quase 50 anos desde que escandalizei o Brasil com minha maquiagem, meu cabelo, meus movimentos de perna e cintura, nos anos 60. Eu fazia gingas, jogava camisa no júri nos programas de TV. Depois vieram os Secos e Molhados e minha mãe disse: ‘Olha, filho, estão fazendo tudo o que você fazia’. Mas eu adoro o Ney Matogrosso, é um cantor fenomenal”.
Falando no ex-vocalista dos Secos e Molhados, Marcos lembra de uma história contada pelo próprio Serguei: “O Ney Matogrosso dizia para ele economizar a voz. Mas ele nunca atendeu. Fala sem parar, 24 horas por dia (risos)".
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